Caminho da Fé

Em junho de 2019 fiz o Caminho da Fé de bicicleta, saindo de Franca SP até Aparecida. Foram 620 Km de muito suor e poeira. Quem me acompanhou nesta empreitada foi meu grande amigo de Petrópolis, Paulo Victor, com quem já fiz algumas expedições para Serra dos Órgãos e Serra da Canastra.

Saímos dia 10 de junho com retorno no 19, pouco tempo antes da inauguração oficial do Ramal de Franca. Por isso, devido à falta de sinalização nos primeiros trechos, o GPS do celular foi muito importante.

Fonte: https://caminhodafe.com.br/

PREPARAÇÃO

Comecei a me preparar em fevereiro, pois fazia muito tempo que não pedalava e, para enfrentar toda esta distância, você precisa estar bem fisicamente. Desse modo, treinava de 2 a 3 vezes por semana nas trilhas próximas (nada se compara às subidas das serras do Caminho da Fé), tempo no qual aprendi muito sobre o funcionamento da mecânica da bicicleta – uma Caloi Aluminum dos anos 90 – ao ponto de deixá-la totalmente adequada para viagem, com relação e guidão novos, bagageiro, bolsas e alforge para carregar a tralha. Aprendi até a costurar e fiz uma bolsa de quadro que me foi muito útil.

SOBRE FOTOGRAFIA

De equipamento fotográfico, eu levei duas câmeras, uma Canonet G-III QL17 e uma Olympus XA2 (a que mais usei), 10 rolos de filme preto e branco Kodak Eastman Double X (uma película de cinema, gentilmente cedido pelo meu amigo Jammal). Além disso, um celular e uma GoPro, que acabei utilizando pouco, por conta do suporte de guidão que quebrou no início do terceiro dia.

As fotos abaixo foram selecionadas dos seis rolos que queimei durante a viagem e reveladas de forma artesanal no pequeno laboratório que montei em casa (assunto para outro artigo), com químicos que eu mesmo fiz seguindo as receitas do livro “Revelação Em Preto e Branco a Imagem Com Qualidade – Millard W. L. Schisler”.

CONCLUSÃO

As fotos não têm pretensão documental, são apenas assuntos que me chamavam atenção pelo caminho, certa luz e composição que me faziam parar a bicicleta para clicar. Algo que imaginei ser mais fácil, mas não foi. Pedalar e fotografar são ações conflitantes, pois não dá pra fotografar sem parar, não pra mim. Então você tem que se permitir um tempo para fotografar e a beleza do caminho é tanta, que te faz querer parar toda hora. Então, você fica tentando achar este balanço, sendo o mais seletivo possível. Assim, o processo analógico foi perfeito para isso.

Ano que vem quero repetir a viagem, não sei se de bike ou a pé, mas com certeza com menos bagagem e mais humildade. Depois de uma viagem dessas você sente que sua vida começa novamente.

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